Um poema de Fernanda Fatureto

O rosto é a maior de todas as ficções
fixo no esboço do tempo
perdido entre um mero semblante
que declina sua face no anonimato
das ruas,
estreitas,
em que a multidão acena alguma paragem
que lhe marque o vinco das primeiras rugas
de expressão;
como aquele sorriso fino ao lhe reconhecer
perdido entre muitos:
ao dar a primeira face ficamos marcados no rastro
de um pequeno incêndio.

[ Fernanda Fatureto ]

*Fernanda Fatureto é autora de Ensaios para a queda (Penalux, 2017). Bacharel em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. A autora possui poemas em revistas literárias do Brasil, nas revistas portuguesas Enfermaria 6; Eufeme e InComunidade e na revista espanhola Cuaderno Ático e Liberoamérica. Participa das antologias brasileiras Dama entre Verdes (Edições Senhoras Obscenas, 2018); 29 de abril: o verso da violência; Subversa e Senhoras Obscenas. Estreou com o livro de poemas Intimidade Inconfessável (Patuá, 2014). Site: https://fernandafatureto.wordpress.com

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